sábado, 26 de maio de 2012

Visão e Montepio procuram "Os Nossos Heróis"


Fonte: Revista Visão On-line
Em: 15 de Maio de 2012


Pessoas e empresas que sejam exemplos de solidariedade social vão ser homenageadas com o prémio "Os Nossos Heróis". Se conhece algum caso de cidadania que seja inspirador ou se gostava de ver o seu trabalho reconhecido, inscreva-se até 31 de julho.



A conferência Transformadores: Histórias de Gente Comum com Ideias Extraordinárias, realizada em parceria pela VISÃO Solidária e pelo Montepio, foi o ponto de partida para o novo desafio lançado aos cidadãos que se preocupam ou estão envolvidos em projetos de solidariedade social.
Coube a Francisco Pinto Balsemão anunciar a primeira edição do prémio "Os Nossos Heróis", que volta a juntar a VISÃO Solidária e o Montepio.
A iniciativa pretende distinguir pessoas e empresas que desempenham um papel ativo e importante ao nível da solidariedade social.
O principal objetivo é dar a conhecer cidadãos que desenvolvam projetos que fazem a diferença na comunidade onde estão inseridos, à semelhança dos oradores da conferência Transformadores, como a professora de ensino especial Celmira Macedo ou o assistente social José António Pinto (Chalana).
As empresas que assumem um papel relevante em matéria de responsabilidade social também vão ser distinguidas pelo seu trabalho.
O prémio "Os Nossos Heróis" é um desafio que nos vai ajudar a divulgar projetos e ideias de excelência social.
As candidaturas deverão ser enviadas para o email visao@impresa.pt, com o assunto "Os Nossos Heróis"; ou para a morada: Prémio "Os Nossos Heróis" Revista Visão. Rua Calvet de Magalhães, n.º 242 - 2770-022 Paço de Arcos.
Ajude-nos a encontrar "Os Nossos Heróis".


"Uma ONG por Distrito"


Fonte: Revista Visão On-line
Em: 17 de Maio de 2012
Por: Sónia Sapage

Uma empresa de transporte urgente de documentos e encomendas venceu Prémios Franchising 2012 na categoria de Responsabilidade Social


Há 18 anos que a MRW vinha desenvolvendo planos de ação social (neste momento tem 10 a funcionar ao mesmo tempo), mas só agora a empresa ibérica de transporte urgente de documentos e pequenas encomendas foi recompensada pelo seu empenho, com um prémio da revista Negócios & Franchising, que distingue anualmente as melhores práticas de responsabilidade social nas empresas franchisadas.
Foi o projeto Uma ONG por Distrito que valeu o "Óscar" à MRW. A ideia era dividir o montante do valor acumulado através de uma Bolsa de Incentivos, por 18 instituições sem fins lucrativos, uma por distrito. Os 27 mil euros angariados até ao final de 2011, começaram a ser entregues, por cheque, em fevereiro deste ano.
Durante todo o mês, a empresa de transportes urgentes deu a volta ao País para distribuir o total dos 27 mil euros. A viagem começou em Lisboa, na instituição Elo Social (na foto).
Jorge Reis, diretor comercial da MRW Portugal, sublinha a importância de receber o Prémio Franchising 2012: "Tem para nós um sabor muito especial, dando-nos ainda mais motivação por ver o nosso trabalho reconhecido e por ajudar a promover esta poderosa área empresarial para ajudar organizações mais carenciadas".


Solidariedade com "O Banqueiro dos Pobres"

Fonte: Jornal Expresso
Em: 12 de Março de 2011
Por: Alexandre Coutinho

No passado dia 2 de Março o Banco Central do Bangladesh demitiu Muhammad Yunus do seu lugar de director-geral do Grameen Bank, o banco de microcrédito que fundou há 18 anos, alegando o facto de ele ter ultrapassado o limite de idade da reforma em vigor, que é de 60 anos. A notícia levantou uma onda de protesto, sobretudo no estrangeiro, onde Muhammad YunusPrémio Nobel da Paz 2006, e a sua obra são por todos sobejamente conhecidos e reconhecidos.

No seu próprio país, Muhammad Yunus passou a ser visto como inimigo por grande parte da classe política (em particular os dois maiores partidos que se têm sucedido no poder) depois de denunciar publicamente a ganância desta pelo poder do dinheiro e a corrupção generalizada.
Alguns factos permitem enquadrar a escalada da primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, e do seu Governo contra o fundador do microcrédito, sobretudo, depois de ele ter anunciado a intenção de criar um partido político (ideia a que viria a desistir).
Primeiro, o Governo do Bangladesh veio acusar o Prof. Yunus de fraude fiscal e nomeou uma comissão para investigar "práticas menos legais" do Grameen Bank. Não houve provas destas práticas nem condenações até à data. A actual primeira-ministra chegou a catalogá-lo de "sanguessuga dos pobres" e a sua ministra dos Negócios Estrangeiros de "corrupto".
Em Dezembro último, uma reportagem de um canal de televisão norueguês acusou Yunus de ter "desviado" dinheiro da cooperação norueguesa (Norad) para fins que não o microcrédito, nomeadamente, uma joint-venture com a multinacional Danone, para a produção de produtos lácteos para os pobres. Os equívocos foram então esclarecidos e o governo da Noruega veio desmentir ter havido desvios desta natureza.
Finalmente e para além das razões (ou falta delas) burocráticas, o Banco Central do Bangladesh "despediu", com efeitos imediatos, Muhammad Yunus do seu cargo de director-geral do Banco que fundou em 1983. Curiosamente, o Prof. Yunus já completou 70 anos, mas só agora, o Banco Central do Bangladesh se apercebeu que ele tinha ultrapassado o limite de idade da reforma de 60 anos.
Tornou-se claro que se trata de uma campanha contra o bom nome do Prof. Muhammad Yunus e a instituição que criou em benefício dos mais pobres do seu país e cujo modelo foi replicado em todos os continentes com resultados nunca vistos na luta contra a pobreza e a marginalização económica dos mais frágeis da sociedade. O GrameenBank (banco da aldeia, em língua bangla) não é um banco comercial típico, já que é propriedade dos seus mais de 8 milhões de clientes pobres.
A situação criada pode ter consequências graves directas (e ainda imprevisíveis) sobre a vida e o futuro de 8.5 milhões de famílias pobres no Bangladesh e, indirectamente, sobre este largo movimento da sociedade civil mundial do microcrédito que Yunus inspirou e no qual se revê como símbolo da coragem, de lucidez, de determinação e carisma.
A notícia da exoneração de Muhammad Yunus correu mundo e depressa originou um amplo movimento de indignação contra o Governo do Bangladesh e de apoio ao Prof. Yunus, por parte de governos, personalidades de todos os quadrantes e latitudes, ONG e demais organizações da sociedade civil, entre as quais, a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) que, na sua génese, se inspirou no trabalho e na personalidade do Prof. Muhammad Yunus, e que com ele "privou" antes e depois da sua constituição.
"A ANDC não pode deixar de manifestar a sua indignação pela forma como o Governo da Senhora Sheikh Hasina está a tratar uma das pessoas mais inventivas na luta contra a pobreza e pela dignificação dos mais fracos, não apenas no seu país mas no mundo inteiro. Convenhamos que há formas menos deselegantes e menos expeditas para tratar um Prémio Nobel da Paz e conhecido "Banqueiro dos Pobres", escreveu Mohamed Lemine Ould Ahmed, presidente da direcção da ANDC.