sábado, 5 de maio de 2012

Cinco Tendências em Responsabilidade Social Para 2012



Todos os anos, a MHC International, uma consultora internacional especializada em Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e em Sustentabilidade, reúne um painel de especialistas que perspetiva as principais tendências nestas temáticas.
Para 2012, e pelo sexto ano consecutivo, o painel elegeu cinco grandes áreas, as quais devem ser levadas seriamente em conta pelas empresas. O OJE Mais Responsável resume as tendências identificadas. Segundo os especialistas, existem evidências claras de que a confiança nas marcas, empresas e setores no geral está em declínio. Todavia, esta queda poderá propiciar uma maior vantagem competitiva para as empresas que se preocupam em construir verdadeiras relações de confiança com os seus consumidores e demais stakeholders. Dando o exemplo de Steve Jobs, como prova de um líder carismático que ajudou a construir uma marca de confiança, os especialistas afirmam igualmente que as dez marcas que maiores índices de confiança têm nos EUA ilustram que esta é passível de ser atingida através de programas de RSC que estejam integrados em todo o negócio.
Existe, atualmente, um enorme ceticismo sobre a capacidade e vontade dos governos de abordarem, com seriedade, os principais desafios da sustentabilidade, como pode ser provado pelos protestos que temos vindo a assistir devido à crise na Zona Euro e por inquéritos de opinião que os acusam de não gerar empregos, crescimento e não colocarem um travão às alterações climáticas. Mais ainda, são poucas as ilusões no que respeita a uma mudança efetiva de comportamentos que, idealmente, poderia resultar do evento Rio+20 ou Cimeira da Terra 2012.
A extensão da crise financeira e dos seus impactos sociais deu origem a uma nova ênfase na responsabilidade financeira e governamental e a um debate crescente sobre o denominado capitalismo responsável ou sustentável. Apesar de o debate estar em curso, e de cobrir variadas temáticas, a necessidade de repensar os mercados financeiros e a ligação existente entre as remunerações dos executivos e a sua performance constituem os temas mais "quentes" da atualidade.
A questão do "reporting" tem sofrido também vários desenvolvimentos positivos: a norma ISO 2600; o crescente interesse relativo aos relatórios integrados: o desenvolvimento do GRI4 (a nova geração de orientações da Global Reporting Initiative) e a exigência da UE de um conceito mais alargado de RSC, a par de relatórios com maior ênfase social e ambiental na sua estratégia de RSC para o período 2011-2014. O número de empresas a divulgarem relatórios está a crescer significativamente: de acordo com uma pesquisa da KPMG, cerca de 95% das 250 maiores empresas mundiais divulgam a sua performance em sustentabilidade, face a 80% em 2008. Depois do papel de destaque que os meios de cominicação social tiveram nas revoltas populares, tanto na Primavera Árabe como nos países mais afetados da Zona Euro, o poder destes está igualmente patente no valor que imprimem em muitas empresas que estão a construir bons relacionamentos com os seus consumidores. A combinação de uma sociedade civil mais envolvida com o dinamismo dos média e com as críticas populares parece constituir uma das melhores formas para manter as empresas alerta e recetivas às tendências e exigências sociais em profunda mutação.


Fonte: Jornal Oje

Sem comentários:

Enviar um comentário